A dor que não é medida em números: “a que é sentida”

Daniela Minello

Para falar sobre dor, é preciso saber sentir, é preciso saber ouvir; é preciso saber estar em estado de presença e de consciência diante dos nossos sentidos, invadindo nossas mentes, emoções, nossas células e nossas sinapses neurais. Quantas dores são sentidas e expressadas? Quantas dores são sentidas e silenciadas? Quantas dores já foram dores e, pela falta de resolução, passaram a fazer parte da normalidade?É normal sentir dor e continuar com ela como se devêssemos suportá-la? As dores, quando expostas, parecem buscar acolhimento de analgesia, tendendo a extravasar por um espaço/tempo que parece existir e coexistir na remediação do que é possível para curá-las. Mas e as dores que suportamos ocultamente? //Pausa para uma reflexão//...


+ Receba as principais notícias de Santa Maria e região no seu WhatsApp


O que te dói mais?

Tem dores que são promovidas de fora para dentro. Tem dores que aparecem de dentro para fora. Tem dores que nem sabemos de onde vem, mesmo assim a sentimos e sofremos com elas. Geralmente, a dor vem acompanhada por um estímulo que a ocasionou, mas nem sempre conseguimos identificar, principalmente quando a dor não vem seguida por algo que a justifique e a certifique em sua existência. Independente de qual seja a sua dor, não existe uma régua que possa dimensionar o que sentimos. A dor é singular; a dor dói de verdade, e precisamos acolher para poder amenizá-la ou extingui-la, se possível for. Quando as dores passam a fazer parte das nossas vidas, elas buscam e encontram outros sentidos para se ressignificarem. A dor é um mecanismo de proteção do corpo, por isso, ela nos alerta de que algo precisa ser tratado. O importante é buscar ajuda para a sua dor, independente do formato, tamanho e de onde ela seja. 


Não precisa de régua, apenas de empatia

É muito comum que algumas pessoas, ao escutarem a dor do outro, queiram exemplificar as suas, dizendo como conseguiram superar e até mesmo recomendando o que fazer e como fazer. A intenção pode até parecer nobre, mas pode ser mais nociva do que apenas a escuta passiva e o acolhimento. Quem sente dor quer sanar a sua dor de forma menos invasiva possível. Escutar o outro talvez seja uma boa forma de mediar ou remediar um possível tratamento. Quantos de nós, após sentirmos algo, procuramos um especialista e, durante a consulta, parece que melhoramos de imediato. Fato é que devemos procurar ajuda de profissionais que sejam preparados em suas atuações profissionais para nos ajudarem.  


Você consegue perceber a dor do outro?
Tem tanta gente que sente dor calada e não fazemos nada... Tem tantas dores que foram silenciadas por serem julgadas pequenas demais... Tem dores que já foram tão criticadas pelas suas “insignificâncias” diante das incompreensões da vida... Tem dores que se utilizam de máscaras para não incomodar os outros... Tem dores que estão tão sozinhas que não têm mais força para gritarem por socorro... Tem dores que sangram... Tem dores que ficam no esquecimento... Tem dores que choram... Tem dores de amores...Tem dores de perdas... Tem dores pra cada situação diante das inúmeras adversidades da vida... Independente da dor que você possa estar sentindo, saiba que existem inúmeras possibilidades para procurarmos ajuda tentando descobrir o que realmente dói. E, se você não sente dor, perceba se alguém ao seu entorno sente e busque ajudá-lo. Às vezes, na empatia de uma escuta, você alivia a dor do outro. Acolha a sua dor ou a dor do outro, respire fundo e creia que ela passará. O bom tratamento vem acompanhado pelo amor e pela sua fé em acreditar, que, para Deus, tudo é possível, mas, para isso, devemos buscar ajuda e procurar ajudar os outros. Quando ajudamos os outros, estamos, também, curando um pouco de nós.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Velocidades da vida: em quais marchas você está se permitindo andar? Anterior

Velocidades da vida: em quais marchas você está se permitindo andar?

O que cabe em um abraço? Braços que abraçam e tocam o coração Próximo

O que cabe em um abraço? Braços que abraçam e tocam o coração